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A "viagem não acaba nunca ... é preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na Primavera o que se vira no Verão, ver de dia o que se viu de noite, com sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava" (José Saramago, 1997)

A Alfarrobeira e a Paisagem

  A alfarrobeira (Ceratonia siliqua), é uma espécie pertencente à família Leguminosae e à sub família das Cesalpinoideae. É uma árvore de copa ampla e densa, o seu fruto é uma vagem denominada de Alfarroba.

  A colheita da alfarroba é efetuada perante o regime tradicional, nos meses de Agosto, Setembro/Outubro, através do varejo e efetuado pelos homens e a apanha pelas mulheres.

  A alfarrobeira é considerada uma árvore carateristica da flora mediterrânica. Tem a capaidade de suportar temperaturas elevadas até aos 45ºC, devido à sua plasticidade morfogenética, porém prefere temperaturas menos extremas.

  A paisagem do Roteiro da Alfarroba é uma paisagem agrícola. Está aliada ao espaço rural, onde subsiste a produção agrária dos pomares de alfarrobeiras. Estes pomares são o símbolo do tradicional pomar de sequeiro, normalmente misto, com outras espécies oliveira (Olea europaea), a figueira (Ficus carica) e a amendoeira (Prunus dulcis). 

História e Tradição

  A origem da Alfarrobeira não é certa, porém é considerada uma árvore originária da Síria que se expandiu por todo o mediterrâneo. Sendo a civilização árabe a introduzir esta espécie na Península Ibérica. 

  Ao recuarmos no tempo a alfarrba é um fruto utilizado desde as gerações antepassadas, O modo tradicional da colheita dos frutos é iniciado pelo "varejo" realizado pelos homens que através de canas de bambu compridas e finas provocam a queda dos frutos para debaixo da árvore. Porém, as árvores grandes, mais antigas e desenvolvidas, levam os "varejadores " a subir para poderem atingir os frutos que se localizam no topo da copa. Após a queda dos frutos as mulheres iniciam a apanha

Património e Utilizações

O património é a salvaguarda material e imaterial. O património material integra significados como os elementos ou objetos naturais, infraestruturas e obras culturais, a alfarrobeira é património material. O que significa que o património imaterial contém todas as atividades, crenças, tradições, saberes, referentes a um passado rico em história e identidade. 

Alguns exemplos de utilizações:

Na utilização da alfarroba já por parte do povo egípcio no seu quotidiano. Utilizavam a casca deste fruto para produzir vinho e para tingir couros. As sementes eram destinas à elaboração de colares decorativos e rosários.

A alfarroba destina-se à trituração. É constituída por cerca de 90% de polpa e  e 10% de semente, originando produtos diferentes. A polpa que apresenta cerca de 2-5% de teor proteico e 40-50% de açúcar, é utilizada em farinhas torradas, aguardentes e licores, produtos tradicionais gourmet, "tabletes alimentares", coberturas, chocolates, gelados, produção de xaropes, compotas, enriquecendo a área da pastelaria, confeitaria e farmacêutica. Atualmente a parte principal utilizada da alfarroba é a semente com a finalidade de extração da goma. A goma por sua vez é utilizada como emulsionante e espessante, ou seja, ajuda a engrossa e estabilizar na confeção de produtos na indústria alimentar.

Varejo

Apanha

Alfarroba

Alfarrobeira

 Este projeto foi desenvolvido para a obtenção do Grau de Mestre em Arquitetura Paisagista. Com o apoio e colaboração da Universidade do Algarve e da AIDA (Associação Interprofissional para o Desenvolvimento de Produção e Valorização da Alfarroba). Para aceder a estas entidades contacte através de: 

                                                 https://www.ualg.pt/pt     I   aidalfarroba@sapo.pt    

© Joana Silveira

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